Notícia foi divulgada um dia depois de a OMS suspender testes com hidroxicloroquina. Estudo sob coordenação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz em São Paulo é aberto a voluntários, que assinarão termo de consentimento. Profissionais de saúde são convidados a participar de pesquisa que vai avaliar a eficácia doa hidroxicloroquina no tratamento da síndrome gripal pela Covid-19
UFTM/Divulgação
A Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba, deu início a uma pesquisa chamada “Coalizão nº 5”, que pretende avaliar a eficácia do medicamento hidroxicloroquina no tratamento da síndrome gripal pela Covid-19. O objetivo é entender se o uso mais precoce na medicação poderia diminuir complicações ou a evolução da doença.
A notícia do estudo foi divulgada nesta terça-feira (26), um dia depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter suspenso o uso da hidroxicloroquina em pesquisas que ela coordenava com cientistas de 100 países. A decisão temporária foi tomada até que a segurança da droga seja reavaliada, já que estudos recentes mostraram que ela não é eficaz contra a Covid-19 e pode aumentar a taxa de mortalidade.
UFTM
A pesquisa feita na UFTM está sob coordenação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, como co-participante. Com recursos financeiros patrocinados pela instituição paulista, participam do estudo mais de 100 hospitais no Brasil. A previsão é avaliar 1.300 pacientes em todas as regiões do país.
A equipe da UFTM é coordenada pelo professor Rodrigo Molina, médico infectologista, e tem participação dos professores Maria Helena de Castro e Silva, Luciana Almeida, Alan Teixeira e o médico Fernando Neves.
A pesquisa
O estudo é realizado de segunda a sexta-feira somente com profissionais da saúde da universidade, no andar térreo do Ambulatório Maria da Glória do Hospital de Clínicas da UFTM (HC-UFTM).
Os profissionais que trabalham em atendimentos presenciais e apresentarem sintomas sugestivos de Covid-19 serão convidados a participar da pesquisa. Não é necessário agendamento.
As pessoas que aceitarem participar vão assinam um termo de consentimento e serão sorteadas para receber hidroxicloroquina ou placebo, que é um comprimido sem qualquer efeito no organismo. Segundo a UFTM, um estudo duplo cego em que nem o paciente e nem quem prescreve o medicamento sabe qual dos dois estão tomando.
“O paciente incluso na pesquisa receberá a hidroxicloroquina e tomará a medicação em casa por cinco dias, período em que o estado de saúde dele será monitorado à distância. Se o exame para coronavírus for negativo, orientamos a suspensão. Se for positivo, informamos o resultado e ele termina a medicação”, explicou Molina.
Ainda na avaliação do médico infectologista, este tipo de estudo é a melhor forma de entender se uma medicação é melhor, pior ou indiferente em relação a um placebo.
“É a forma mais adequada de comprovar se a medicação, que é tão divulgada nas mídias pelo Ministério da Saúde, se tem alguma eficácia, se há comprovação em torno de seus efeitos. E quando são realizadas nas universidades, ganham patamar diferenciado, mais elevado. Por isso, nós quisemos participar, a fim de comprovar mesmo se a medicação é verdadeiramente eficaz neste tipo de situação”, concluiu.
UFTM desenvolve pesquisas sobre o coronavírus
Ana Cristina Resende Gonçalves/UFTM
Resposta imune à Covid-19
A UFTM também desenvolve um projeto de pesquisa que vai avaliar a resposta imune na infecção pela Covid-19 em pacientes de Uberaba.
O projeto propõe, inicialmente, a avaliação, o diagnóstico e o acompanhamento de dois mil pacientes.
Pessoas com diagnóstico positivo de coronavírus, internados em qualquer hospital de Uberaba ou que estiverem em casa, serão convidados a participarem da pesquisa. Os exames serão realizados na UFTM, com equipamentos e a expertise da instituição.
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UFTM em Uberaba inicia pesquisa sobre eficácia de medicamento no tratamento da Covid-19
