Com um quarto dos vereadores com pedido de prisão ou presos, Câmara de Mogi mantém sessão desta terça

Câmara Municipal de Mogi das Cruzes terá primeira sessão após prisão de vereadores, nesta terça-feira. — Foto: Alessandro Batata/TV Diário 1 de 4
Câmara Municipal de Mogi das Cruzes terá primeira sessão após prisão de vereadores, nesta terça-feira. — Foto: Alessandro Batata/TV Diário

Câmara Municipal de Mogi das Cruzes terá primeira sessão após prisão de vereadores, nesta terça-feira. — Foto: Alessandro Batata/TV Diário

A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes manteve a sessão desta terça-feira (8) mesmo com cinco vereadores presos e um considerado foragido, durante o desdobramento de uma investigação do Ministério Público que apura diversos crimes e levou para a cadeia também empresários e servidores do Legislativo.

Os crimes investigados pela Promotoria do Patrimônio Público são corrupção, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro.Os seis parlamentares representam mais de um quarto dos parlamentares da casa. A sessão está marcada para 15h desta terça-feira (8).

Os vereadores com mandados de prisão são:

  • Antônio Lino (PSD) – considerado foragido;
  • Carlos Evaristo da Silva (PSB) – preso;
  • Diego de Amorim Martins (MDB) – o Diegão – preso;
  • Francisco Moacir Bezerra (PSB) – em prisão domiciliar;
  • Jean Lopes (PL) – preso;
  • Mauro Araújo (MDB) – preso.

As cadeiras devem ficar vagas ao menos por 120 dias, conforme uma decisão recente, em que o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo atendeu à solicitação de um munícipe para que o legislativo municipal equiparasse a legislação à do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade foi julgada em acórdão em 2 de setembro e altera o artigo 60 da Lei Orgânica do Município e o artigo 76 do Regimento Interno da Câmara.

Segundo o requerente, esses dois dispositivos previam a convocação imediata do suplente do vereador licenciado para assumir o cargo, sem qualquer limitação temporal, contrariando o princípio da simetria já que as Constituições Estadual e Federal autorizam a ocupação da vaga por suplente de deputado e senador apenas nos casos de afastamento superior a 120 dias.

Vereadores presos por suspeita de corrupção em Mogi das Cruzes — Foto: Rodrigo Niemeyer/Câmara de Mogi 2 de 4
Vereadores presos por suspeita de corrupção em Mogi das Cruzes — Foto: Rodrigo Niemeyer/Câmara de Mogi

Vereadores presos por suspeita de corrupção em Mogi das Cruzes — Foto: Rodrigo Niemeyer/Câmara de Mogi

Na decisão, o juiz pontuou que o afastamento de vereador em curtos períodos de tempo não é passível de comprometer a atividade parlamentar. “Não se mostrando, ipso facto [pelo próprio fato], necessária e tampouco útil a convocação indiscriminada de suplentes que, aliás, passam a perceber subsídios pelo exercício transitório do mandato, gerando despesas ao erário”, destacou.

De acordo com a Câmara Municipal, na tarde da sexta-feira (4), diante da determinação do TJ para afastar o vereador Francisco Bezerra, o presidente da casa oficiou a Procuradoria Jurídica da Câmara para que fosse verificada a situação dos vereadores e dos funcionários presos na operação e que emitisse um parecer.

A expectativa é a de que o parecer da Procuradoria saia antes da sessão ordinária desta terça-feira.

Vereadores chegam na cadeia de Mogi das Cruzes para cumprir prisão preventiva — Foto: Natan Lira/ G1 3 de 4
Vereadores chegam na cadeia de Mogi das Cruzes para cumprir prisão preventiva — Foto: Natan Lira/ G1

Vereadores chegam na cadeia de Mogi das Cruzes para cumprir prisão preventiva — Foto: Natan Lira/ G1

Legis Easy

A operação “Legislação Fácil” deflagrada na sexta-feira pelo Ministério Público prendeu preventivamente os vereadores Carlos Evaristo da Silva (PSD), Diego de Amorim Martins (MDB), Francisco Moacir Bezerra (PSB), Jean Lopes (PL) e Mauro Araújo (MDB). O vereador Antonio Lino é considerado foragido.

Os empresários Carlos César Claudino de Araújo (irmão de Mauro Araújo), Joel Leonel Zeferino e Willian Casanova, este último ainda servidor da Câmara, foram detidos. No sábado (5), André Alvim, assessor parlamentar do vereador Diego, também foi preso.

De acordo com a investigação da Promotoria do Patrimônio Público, os empresários compravam apoio para aprovar leis encomendadas por eles. Com exceção de Chico Bezerra, que conseguiu o direito à prisão domiciliar, devido ao quadro de saúde, os demais estão na cadeia pública de Mogi.

Assim como Antônio Lino, o empresário Pablo Bezerra, filho do vereador Francisco Bezerra, é considerado foragido. Os dois já apresentaram advogados e estão cientes do mandado de prisão contra eles. Há ainda um mandado de prisão de um quinto empresário.

Empresários chegam na cadeia de Mogi das Cruzes para cumprir prisão preventiva — Foto: Natan Lira/G1 4 de 4
Empresários chegam na cadeia de Mogi das Cruzes para cumprir prisão preventiva — Foto: Natan Lira/G1

Empresários chegam na cadeia de Mogi das Cruzes para cumprir prisão preventiva — Foto: Natan Lira/G1

By Tribuna ABC

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