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Vacina chinesa CoronaVac, em fase de testes no Hospital de Clínicas da Unicamp — Foto: Marília Rastelli/EPTV
Vacina chinesa CoronaVac, em fase de testes no Hospital de Clínicas da Unicamp — Foto: Marília Rastelli/EPTV
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (14) a conclusão de uma nova etapa de arrecadação de doações para a fábrica do Instituto Butantan que deve produzir a vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o instituto.
Segundo Doria, as doações de empresas do setor privado somam R$ 97 milhões. Em 29 de julho, o governo já havia anunciado que obteve R$ 96 milhões em doações para a empreitada.
Na época, o governo estimava que seriam necessários R$ 130 milhões para a empreitada – faltavam, portanto, R$ 34 milhões em doações. No entanto, nesta segunda, o governo anunciou um novo valor estimado para a obra: R$ 160 milhões. Diante dessa nova estimativa, o valor que ainda precisa ser arrecadado pulou para R$ 63 milhões. Toda a verba não virá, necessariamente, de doação. O governo estadual ainda pleiteia aporte do governo federal.
O governo de São Paulo negocia com o Ministério da Saúde um investimento de cerca de R$ 1,9 bilhão, dos quais:
- R$ 85 milhões iriam para o estudo clínico
- R$ 60 milhões para reforma da fábrica
- o restante possibilitaria que a oferta de vacinas chegasse a 100 milhões de doses até maio de 2021
Os detalhes do acordo com a Sinovac, laboratório chinês que desenvolve a vacina em parceria com o Butantan, são sigilosos. Se a vacina for aprovada nos testes clínicos que estão em curso atualmente, sua produção em solo nacional será feita em uma fábrica do Butantan que já existe e que será adaptada. É esta adaptação que requer recursos que estão sendo angariados via doação.
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Foto do Governo do Estado de São Pahlo mostra voluntária tomando vacina experimental contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinovac, que está sendo testada no Brasil, no dia 21 de julho, na capital paulista. — Foto: Handout / Governo do Estado de São Paulo / AFP
Foto do Governo do Estado de São Pahlo mostra voluntária tomando vacina experimental contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinovac, que está sendo testada no Brasil, no dia 21 de julho, na capital paulista. — Foto: Handout / Governo do Estado de São Paulo / AFP
O governo afirma que, com o valor já arrecadado, foi possível contratar o projeto executivo da fábrica e o início das obras deve ocorrer em novembro. As adaptações devem seguir por cerca de 10 a 15 meses, segundo o presidente da InvestSP, Wilson Mello, que prevê que a obra deve ser encerrada no 2º semestre de 2021.
“É uma fábrica multipropósito, ela tem a flexibilidade de poder produzir não só a CoronaVac mas também outros tipos de vacina, então terá sua utilidade durante o projeto de imunização contra o coronavírus, mas também para outras campanhas importantes”, disse Mello.
O local que deve ser utilizado, chamado pelo Butantan de Centro Multipropósito para Produção de Vacinas (CMPV), tem uma área de mais de 2,5 mil metros quadrados e, atualmente, encontra-se fora de operação. A expectativa é que, com as doações, seja possível habilitar o espaço para a produção da CoronaVac e de outras vacinas feitas com tecnologia similar.
“A construção da fábrica é o último passo da transferência de tecnologia, ela deve estar pronta no final do próximo ano e operando em plena capacidade no início de 2022. É uma boa notícia, vai dotar o Butantan de uma fábrica moderna, dentro de toda a tecnologia mais avançada que existe nesse momento, então as notícias são muito boas e estamos muito otimistas em relação a esses prazos anunciados”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, nesta segunda.
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Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan, durante entrevista em São Paulo. Foto de julho de 2020 — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan, durante entrevista em São Paulo. Foto de julho de 2020 — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Além da produção de vacinas no Butantan, o acordo com o laboratório chinês prevê ainda o envio de doses prontas ou semi-prontas da vacina, fabricadas na China. Segundo o governo, serão 45 milhões ainda neste ano.
Quando o governo de São Paulo anunciou o investimento de R$ 96 milhões em doações para a empreitada no dia 29 de julho, Doria disse que, se a gestão estadual alcançasse a meta de R$ 130 milhões, seria possível dobrar a produção de 60 milhões de doses previstas para 120 milhões.
No entanto, em um comunicado enviado à imprensa no mesmo dia, a gestão estadual afirmou que já eram previstas 120 milhões de doses da vacina, e que o investimento possibilitaria dobrar esse número, alcançado 240 milhões de doses.
Dias antes, em apresentação online, Dimas Covas, diretor do Butantan, anunciou outra previsão. Segundo ele, a expectativa era a de que seriam recebidas 120 milhões de doses da vacina prontas e semi-prontas e a fábrica do instituto poderia produzir outras 100 milhões de doses (veja no slide abaixo).
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Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, apresenta slide que prevê produção de 100 milhões de doses de vacina contra Covid-19 — Foto: Reprodução
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, apresenta slide que prevê produção de 100 milhões de doses de vacina contra Covid-19 — Foto: Reprodução
Posteriormente os valores divulgados mudaram novamente. Atualmente, o acordo com o laboratório chinês prevê, segundo o governo, o envio 45 milhões de doses da vacina até dezembro de 2020 (15 milhões prontas e 30 milhões semi-prontas). Outros 16 milhões de doses semi-prontas estão previstas para serem entregues até março de 2021.
O governo de São Paulo ainda negocia com o Ministério da Saúde um investimento de cerca de R$ 1,9 bilhão que possibilitaria a oferta de 100 milhões de doses da vacina até maio de 2021.
Readequação do Butantan
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Dimas Covas apresenta detalhes da readequação do Instituto Butantan para a produção de vacina contra Covid-19 — Foto: Reprodução
Dimas Covas apresenta detalhes da readequação do Instituto Butantan para a produção de vacina contra Covid-19 — Foto: Reprodução
Em outro slide apresentado no mês de julho, Dimas Covas fez um resumo das obras de readequação a serem feitas no CMPV para a produção da CoronaVac.
Na apresentação, o valor da adequação é estimado em R$ 120 milhões, sendo 40% deles destinados a compra de equipamentos e 60% para investimentos em tecnologia.
Este valor difere dos R$ 130 milhões apresentado por Doria em coletiva de imprensa no final de julho e dos R$ 160 milhões anunciados nesta segunda-feira.
Também em julho o governo de SP anunciou que “a campanha por doações segue até o final de agosto” para que os “R$ 34 milhões restantes sejam arrecadados com apoio de empresas e grupos filantrópicos privados.”
* Com supervisão de Cíntia Acayaba
Veja vídeos sobre a vacina contra Covid-19: