Pesquisadora da Unicamp recebe prêmio e diz que mulheres cientistas devem perseverar: 'Nunca desista'


Ana Flávia Nogueira, de 46 anos, atua no Instituto de Química da universidade e está no ramo da pesquisa há 26 anos. Pesquisadora atua no Instituto de Química da Unicamp
Ana Flávia Nogueira/Reprodução
Um dia após duas mulheres ganharem, juntas, o Prêmio Nobel 2020 em Química pela primeira vez na história, uma professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi laureada por sua contribuição no impacto global e social de pesquisa, e aproveitou a honraria para valorizar o papel da mulher na ciência. Segundo Ana Flávia Nogueira, de 46 anos, jovens pesquisadoras e estudantes da área devem ser perseverantes frente às adversidades.
“Nunca desista. […] Não é fácil, o nosso caminho sem dúvida nenhuma é um caminho muito mais difícil que o que é percorrido pelo sexo oposto. Nosso caminho é muito denso, bastante tortuoso, mas é extremamente gratificante”, diz..
Professora do Instituto de Química da Unicamp, Ana Flávia recebeu o Prêmio Mulheres Brasileiras em Química e Ciências Relacionadas, oferecido pela Sociedade Americana de Química (ACS), pela sua contribuição no impacto global e social da pesquisa.
Nos últimos 26 anos, a pesquisadora tem trabalhado no desenvolvimento de alternativas capazes de baratear o processo de conversão de energia solar em eletricidade.
“É uma pesquisa extremamente importante atualmente, até pelas questões ambientais pelas quais estamos passando. É imediato que novas tecnologias, novas energias alternativas apareçam em detrimento à queima dos combustíveis fósseis”, explica a professora.
Vista aérea da Unicamp, em Campinas
Antoninho Perri/Ascom/Unicamp
O prêmio dado à pesquisadora tem como principal objetivo fomentar a igualdade de gênero na ciência, além de colaborar para que os impactos da diversidade sejam amplamente reconhecidos pelo meio científico. Como recompensa pela conquista, Ana Flávia receberá cerca de U$ 2 mil.
Contraponto histórico
Para a pesquisadora, a premiação faz um contraponto com uma trajetória histórica onde o meio científico foi dominado por homens. Na visão de Ana Flávia, o fato de as mulheres terem duplas jornadas colaborou para que, por muitos anos, tivessem dificuldades para triunfar na ciência.
“As mulheres são multitasks [do inglês, multitarefas]. Então não é só a pesquisa, nós cuidamos da casa, cuidamos dos filhos. […] Nós nunca conseguimos despontar, não é por falta de competência, não é por falta de inteligência”, analisa.
*Sob a supervisão de Fernando Evans.
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By Tribuna ABC

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