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Jéssica Jordão, fisioterapeuta em UTI, lamenta falta de isolamento social em SP — Foto: Arquivo pessoal
Jéssica Jordão, fisioterapeuta em UTI, lamenta falta de isolamento social em SP — Foto: Arquivo pessoal
A fisioterapeuta Jéssica Jordão voltou a atender a UTI Neonatal do Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch, conhecido como Hospital do M’Boi Mirim, na Zona Sul de São Paulo. Com isso, parou de cuidar de pacientes graves com Covid-19.
“Estou atendendo só os bebezinhos prematuros. Como nós não podemos levar infecções para eles, só cuidados desse setor. São outras responsabilidades e fluxo de trabalho, é bem diferente”, conta.
Jéssica explica que é responsável pela parte respiratória e isso envolve entubar, inserir a ventilação não invasiva, auxiliar no desenvolvimento motor e cuida de estímulos sensoriais, motores e auditivos.
“É como se fosse uma adaptação mesmo. É um auxílio para ele descobrir que nasceu. A minha especialização é nessa área, eu amo fazer isso. É uma sensação de gratidão poder devolver uma criancinha para casa, para a mãe. Saber que você fez parte disso.”
Ela tem um filho, de 5 anos, e afirma que se solidariza com as mães. “A gente sabe a sensação que é quando o filho não está bem. Eu acabo me colocando no lugar dessa mãe e eu quero o melhor para esses bebês como se elas fossem meus próprios filhos.”
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Fisioterapeuta da UTI do Hospital M’Boi Mirim — Foto: Arquivo Pessoal
Fisioterapeuta da UTI do Hospital M’Boi Mirim — Foto: Arquivo Pessoal
A fisioterapeuta parou de atender casos de coronavírus, mas sabe que a preocupação com a doença não pode diminuir. “O cuidado não pode diminuir, porque eu deixei de cuidar dos pacientes com Covid-19. Eu tenho que cuidar dos meus pacientes no hospital, das pessoas da minha casa e de mim. Eu não deixei de me cuidar, o ambiente hospitalar é o mesmo, só mudei o setor. Temos que continuar nos cuidando para não contaminar.”
A preocupação não diminuiu, mas Jéssica já sente a rotina mais “leve”. “Depois de tudo o que eu vi no setor de Covid-19, tudo o que eu vivi, eu sinto mais leveza. Foi bem pesado no começo, foi desesperador mesmo. O começo foi muito assustador, eu tive que estudar, aprender o manejo com as pessoas com o vírus, era algo novo e tivemos de nos preparar.”
“É muito diferente atender um adulto e uma criança, mas a gente teve suporte e isso foi muito importante. A gente acaba se envolvendo muito com os pacientes, a responsabilidade é muito grande.”