A Polícia Militar de Santa Catarina prendeu Cláudio Barbosa, que estava com prisão preventiva decretada desde setembro de 2022, sendo o único foragido da Operação La Casa de Papel. Barbosa era diretor de tecnologia da Trust Investing, acusada de aplicar um golpe de R$ 4,1 bilhões em 1,3 milhão de investidores em 80 países.
A prisão preventiva foi decretada pela 3ª Vara Federal de Campo Grande. Segundo o jornal O Globo, Barbosa levava uma vida de luxo em Florianópolis e foi preso na última terça-feira (28).
A suposta organização criminosa contava com o pastor Ivonélio Abrahão da Silva, seu filho Patrick Abrahão Santos Silva, marido da cantora Perlla, e mais quatro empresários. Eles foram presos até agosto do ano passado, quando a juíza substituta Júlia Cavalcante Silva Barbosa, da 3ª Vara Federal, revogou as prisões dos réus.
A defesa de Barbosa entrou com um pedido de habeas corpus, mas a Justiça Federal negou a revogação da prisão preventiva. A defesa argumentou que a decisão de libertar os outros réus deveria se estender ao diretor foragido.
O Ministério Público Federal (MPF) se opôs ao pedido, argumentando que Barbosa esteve foragido, dificultando a aplicação da lei penal, e ainda representa risco à ordem pública, econômica e social devido à “desmobilização apenas parcial” da organização criminosa.
O juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal, concordou com o MPF e decidiu manter a prisão preventiva, mesmo que a liberdade de Barbosa não prejudique a instrução processual.
“Quanto aos demais requisitos – risco à ordem pública, econômica e social, e garantia da aplicação da lei penal –, os fundamentos da decisão não se estendem ao requerente, cuja situação é diversa da dos corréus”, afirmou o magistrado.
“Ocorre que, para os corréus, a manutenção da prisão preventiva seria desproporcional após quase 10 meses de prisão cautelar. Para eles, os riscos à ordem pública, econômica e social, bem como a necessidade de garantir a aplicação da lei penal, podem ser garantidos por medidas cautelares menos graves. No caso de Cláudio Barbosa, que permaneceu foragido, confirma-se o periculum libertatis, deixando claro seu intuito de evitar a justiça, o que justifica a manutenção da medida extrema”, declarou o juiz.
A defesa de Barbosa disse ao jornal O Globo que considera desnecessária a prisão, já que o processo estaria na fase final. “Diante disso, já estão sendo preparadas as medidas cabíveis para restabelecer sua liberdade”, afirmou a advogada Talesca Campara de Souza.