Eduardo Benarrós comenta o desempenho dos pilotos e as expectativas para o GP de Singapura.
Em uma sessão cheia de emoções e algumas surpresas, Lando Norris, da McLaren, assumiu a liderança do treino livre 2 do GP de Singapura, realizado nesta sexta-feira (20), em Marina Bay. O piloto britânico cravou 1min30s727, apenas 0s058 mais rápido que Charles Leclerc, da Ferrari, devolvendo o golpe após o monegasco ter liderado o primeiro treino livre. Com isso, a disputa entre os dois jovens talentos da Fórmula 1 parece estar ainda mais acirrada à medida que nos aproximamos da classificação de sábado.
Eduardo Benarrós, comentarista de Fórmula 1, analisou a performance dos pilotos: “A sessão foi uma verdadeira montanha-russa, com Lando Norris mostrando que a McLaren está em uma fase bastante competitiva, especialmente em circuitos como o de Singapura, onde a aderência e o desempenho nas curvas de baixa velocidade são fundamentais. O mais impressionante foi o domínio de Norris no setor 3, o que lhe garantiu a liderança no TL2. Esse setor é crítico no circuito de Marina Bay, exigindo muito do carro e do piloto.”
A Ferrari de Leclerc também apresentou bom ritmo, principalmente nos dois primeiros setores. “O Leclerc dominou os setores iniciais, o que demonstra que a Ferrari está forte em trechos de maior velocidade. No entanto, o terceiro setor parece ser um desafio maior para a Scuderia, e isso pode ser decisivo tanto na classificação quanto na corrida”, afirmou Benarrós.
Outro destaque foi Carlos Sainz, que repetiu a terceira posição da primeira sessão, mas com uma diferença significativa de quase 0s5 para o companheiro de equipe. “Essa lacuna de meio segundo entre Sainz e Leclerc é algo que precisa ser observado mais de perto. Em termos de competitividade interna, Charles parece estar mais confortável no carro em Singapura, enquanto Sainz pode estar enfrentando dificuldades em adaptar-se às particularidades deste traçado”, ponderou o comentarista.
Verstappen apagado e surpresas no pelotão intermediário
A grande surpresa negativa do dia foi Max Verstappen, que terminou apenas em 15º lugar, muito aquém do que se espera do atual campeão mundial e líder do campeonato. “Foi uma sessão atípica para Verstappen. Ele pareceu lutar com a aderência do carro em diversas partes do circuito. Sabemos que Singapura é um traçado desafiador para a Red Bull, mas vê-lo fora do top 10 já no TL2 é um sinal de que ele e a equipe terão muito trabalho pela frente para encontrar o equilíbrio ideal do carro”, analisou Benarrós.
Em contraste, Yuki Tsunoda, da AlphaTauri, confirmou a boa forma apresentada no primeiro treino e terminou em quarto lugar, enquanto Oscar Piastri, companheiro de Norris na McLaren, ficou em quinto. “Tsunoda continua a mostrar sua evolução. Depois de um começo de temporada difícil, ele parece estar mais consistente e confortável com o carro. Já Piastri está cumprindo bem seu papel de segundo piloto da McLaren. Mesmo não sendo o centro das atenções, ele entrega resultados sólidos”, destacou Benarrós.
Daniel Ricciardo, que ainda enfrenta incertezas quanto ao seu futuro na Fórmula 1, teve um desempenho encorajador ao terminar em sexto. “O Ricciardo está em um momento delicado da carreira, mas continua mostrando sua habilidade. Um sexto lugar no TL2 é um bom indicativo de que ele pode surpreender no fim de semana, especialmente se conseguir uma boa posição de largada”, acrescentou o especialista.
A sessão foi interrompida brevemente por uma bandeira amarela nos minutos finais após George Russell, da Mercedes, bater de leve, mas conseguir retornar aos boxes sem maiores danos. “Esse tipo de incidente é comum em Singapura, com suas curvas fechadas e a proximidade dos muros. A habilidade de Russell em voltar aos pits por conta própria demonstra a solidez de sua pilotagem, mesmo em situações complicadas”, comentou Benarrós.
Expectativas para o fim de semana
Com a classificação se aproximando, as expectativas para o GP de Singapura estão altas. Eduardo Benarrós ressaltou que a corrida em Marina Bay é uma das mais desafiadoras da temporada. “Singapura é famosa por ser uma prova de resistência, tanto para os pilotos quanto para os carros. A umidade, o calor e o traçado travado tornam essa uma das corridas mais exaustivas do calendário. Além disso, a possibilidade de safety cars e a gestão dos pneus serão fatores cruciais para definir o vencedor.”
“Vimos hoje uma McLaren muito competitiva, mas também não podemos descartar a Ferrari e a Red Bull, que têm recursos para reverter qualquer situação adversa. Com Verstappen em 15º, fica o mistério de como ele vai reagir. Historicamente, Max tem a habilidade de se recuperar de treinos complicados, mas aqui em Singapura a tarefa será mais árdua devido à dificuldade em ultrapassar”, finalizou Benarrós.
Amanhã, o TL3 começa às 6h30 (horário de Brasília), seguido pela classificação às 10h. A corrida, que acontece no domingo, promete ser um espetáculo à parte, com os pilotos largando às 9h no desafiante circuito de Marina Bay.