Altos níveis de glicose no sangue servem como fonte de energia extra para a replicação do coronavírus Sars-Cov-2. Exame de glicose no sangue
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Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram pela primeira vez o mecanismo responsável por aumentar a gravidade da Covid-19 em diabéticos. Publicado na quinta-feira (21) como prévia (pré-print), o artigo sugere que a alta concentração de glicose no sangue facilita a replicação do Sars-Cov-2.
Além disso, os cientistas identificaram que a substância tem papel fundamental na produção de células de defesa e, por consequência, no agravamento dos casos de Covid-19 com o fenômeno identificado como “tempestade de citocinas”, quando há descontrole na resposta imunológica.
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O estudo foi submetido à revista “Cell Metabolism” e aguarda a revisão de outros cientistas para ser publicado. Nele, os pesquisadores apresentam os resultados de experimentos feitos em laboratório e que identificaram um aumento na produção de células imunes em um ambiente com maior concentreação de glicose.
“Essas células adaptam seu metabolismo após a infecção e se tornam altamente glicolíticas [processo que transforma glicose em energia], o que facilita a replicação do Sars-CoV-2”, escreveram os pesquisadores.
Além disso, o estudo aponta que os altos níveis de glicose inibem a resposta das células T, responsáveis por “limpar” a infecção do corpo.
Grupo de risco
Diabéticos estão entre os grupos mais vulneráveis ao novo coronavírus por dois motivos principais: excesso de glicose no sangue e tendência a inflamação – essas duas condições impedem que o sistema imunológico responda adequadamente a infecções por vírus e bactérias.
Relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde colocam quem tem diabetes entre os mais suscetíveis à Covid-19. Os principais fatores que explicam a vulnerabilidade são:
O excesso de açúcar no sangue dificulta o combate a doenças
O processo de inflamação é mais acentuado nos diabéticos
Por causa do sistema imunológico comprometido de quem tem diabetes, alguns sintomas da infecção por coronavírus demoram a aparecer
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Pesquisadores brasileiros identificam mecanismo que torna diabéticos mais vulneráveis à infecção pela Covid-19
