
O governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira (28) o aumento de 12% no número de óbitos causados pelo coronavírus no estado.
Segundo o secretário estadual de saúde, José Henrique Germann Ferreira, o estado apresenta, de acordo com os dados mais atualizados, 24.041 casos confirmados da covid-19 e 2.049 falecimentos pela doença.
Os números demonstram, segundo Germann, crescimento de 11% na quantidade de pacientes infectados e 12% nas mortes pelo coronavírus. Ainda de acordo com o secretário, o Estado não possui fila de testagem, então os números significam que os óbitos confirmados foram de pacientes que realizaram exames recentemente.
Embora seja um dado importante e o aumento de 12% seja o maior já registrado no estado, o infectologista e chefe do Centro de Contingenciamento do Coronavírus, David Uip, explicou que é necessário analisar corretamente as informações.
“A letalidade não é um bom método de acompanhamento epidemiológico. Quando você testa muitas pessoas você aumenta o denominar e diminui a letalidade. Quando você testa só pacientes internados graves,obviamente, a letalidade aumenta. É um dado, mas precisa ser muito bem entendido e não pode ser comparado entre o Brasil e outros países. Precisa ter cuidado em avaliar direito esse denominar e numerador.”
Segundo ele, quando o Estado de São Paulo tiver um maior número de testagem na população, haverá uma situação diferente entre o número de casos testados e o número de mortes. Entretanto, para ele a explicação não valida a importância e preocupação com o aumento de óbitos registrado.
Ainda a respeito do dado apresentado, o infectologista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Carlos Fortaleza, que também participou da coletiva, explicou que o ideal é sempre considerar o número de mortes a cada 100 mil habitantes. Ou seja, devem considerar a taxa de mortalidade causada pela covid-19 e não a de letalidade.
Dados e a flexibilização
O secretário estadual de saúde, José Henrique Germann afirmou ainda que 1.437 pacientes estão internados em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e 1.800 em camas de enfermaria. Isso representa, no Estado de São Paulo, ocupação de 61,6% das UTIs e 44,5% das enfermarias.
Entretanto, quando analisada a capacidade da região metropolitana paulista, a taxa de ocupação das UTIs aumenta para 81% e dos leitos de enfermaria para 70%.
A respeito da possível flexibilização das medidas de isolamento, previstas para começar em 11 de março, Germann afirmou que ” que manda são os números e os dados que vamos analisando a cada dia”.