Venda de lotes cai 15% na região de Campinas, mas setor projeta recuperação ainda em 2020

Vista aérea de Campinas (SP) — Foto: João Mauricio Garcia/G1 1 de 1
Vista aérea de Campinas (SP) — Foto: João Mauricio Garcia/G1

Vista aérea de Campinas (SP) — Foto: João Mauricio Garcia/G1

Considerado o primeiro mercado de lotes urbanizados do Brasil, a região de Campinas (SP) registrou queda de 15% nas vendas durante o primeiro semestre de 2020, segundo levantamento do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). O impacto da pandemia, entretanto, não tirou a confiança do setor, que projeta uma recuperação ainda este ano.

Crédito acessível aliado ao custo menor que o imóvel pronto e o fato do lote ser opção de investimento são os fatores que motivam essa avaliação.

Vice-presidente de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Secovi-SP, Caio Carmona Portugal acredita que os números do segundo semestre, já com a retomada econômica na região, podem fazer com que o saldo de 2020 fique igual ou muito próximo ao de 2019, que já foi melhor que o ano anterior.

O levantamento aponta que foram comercializados no primeiro semestre 4.172 lotes na região administrativa de Campinas, que inclui a metrópole e outros 11 municípios, entre eles Hortolândia (SP), Indaiatuba (SP), Itapira (SP), Mogi Guaçu (SP) e Mogi Mirim (SP).

Para efeito de comparação, nos primeiros seis meses de 2019, sem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, foram negociados 4.929 lotes urbanizados na região.

“A região de Campinas e a região metropolitana são o primeiro mercado de lotes urbanizados do Brasil. Aqui, o lote urbanizado é visto como reserva de valor. O investidor vê no lote uma possibilidade de ter um ativo que vá se valorizar. Para quem sonha com uma casa, é um tíquete mais barato que a unidade pronta, que te permite projetar o imóvel. Além disso, há o aspecto da taxa de juros, que algumas linhas permitem e sofreram queda com a taxa Selic”, explica Portugal.

Lotes urbanizados em Campinas
Dados de lançamentos e vendas
Fonte: Secovi-SP

Lançamentos

Apesar dos números negativos, o volume de vendas foi bem superior na comparação com os novos lançamentos, esses muito impactados pela pandemia.

O levantamento aponta que foram colocados à venda 1.623 novos lotes na região no primeiro semestre, contra 5.137 do mesmo período de 2019, uma redução de 68,4%.

“A partir da segunda quinzena de março, com as restrições, muitas das empresas acabaram postergando os lançamentos. E por mais que se faça todo o processo digital, existe uma etapa que precisa do contato humano, principalmente do consultor imobiliário, e toda a insegurança pesou”, pontua Portugal.

Segundo o profissional, no entanto, é justamente no último semestre do ano que fica reservado o maior volume de lançamentos do setor.

“A pesquisa refletiu que aquilo que já estava em andamento, foi comercializado. Agora, com todo o estado na fase amarela, com a volta das imobiliárias, a expectativa é de recuperação. Tradicionalmente o último trimestre do ano é quando se concentra a maior parte dos lançamentos, até pelo aporte do 13º salários e quando as famílias se organizam para a compra de imóvel”, explica.

CORONAVÍRUS

By Tribuna ABC

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