
Câmeras de monitoramento flagraram mulher que desapareceu entrando no carro de ex
Imagens de câmeras de monitoramento divulgadas pela Polícia Civil nesta terça-feira (25) mostram a auxiliar de limpeza Rosana Fernandes da Silva, de 32 anos, entrando em um carro após sair do trabalho, no último dia 14, em Guarujá, no litoral paulista. A mulher foi encontrada morta e enterrada no quintal da residência do ex-companheiro, que confessou o crime.
De acordo com a polícia, o carro é do pai dos filhos da auxiliar, identificado como o guarda civil municipal Anderson Vitor Alves. O encontro dos dois teria sido marcado para discutir o valor da pensão alimentícia dos filhos, de 3 e 7 anos.
Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito alega que buscou Rosana e, chegando à residência dele, ela teria começado a gritar e a tentar agredi-lo. Neste momento, ele pegou uma arma de fogo para “assustá-la”, sem intenção de usar. O gatilho teria sido puxado durante a confusão, atingindo a mulher, que não resistiu e morreu.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/j/8/YTkCmIRJyAXBZJYH5iZg/desaparecida.jpg)
Mulher estava desaparecida em Guarujá, SP — Foto: Reprodução/Facebook
Mulher estava desaparecida em Guarujá, SP — Foto: Reprodução/Facebook
Investigações
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, a Polícia Civil deu detalhes sobre as investigações, comandadas pelo delegado Renato Mazagão Junior, da Delegacia de Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, que levaram à confissão do ex-companheiro sobre a morte da mulher.
Interrogado após a polícia encontrar as imagens das câmeras de monitoramento, que mostram Rosana entrando no veículo dele, o GCM apresentou versões contraditórias sobre o desaparecimento da mulher. Ele chegou a dizer que não a via há mais de 15 dias, mas não sustentou essa versão.
Depois de ser confrontado com as imagens, ele chegou a dizer que havia dado uma carona para a mulher e deixado ela no bairro Enseada. Apontou, inclusive, que ela estaria devendo para agiotas da cidade, motivo pelo qual poderia ter sumido.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/3/x/tCw4OQQQArID79IwTmYQ/cova.jpeg)
Homem mostrou aos policiais onde Rosana foi enterrada, no quintal de sua residência em Guarujá — Foto: G1 Santos
Homem mostrou aos policiais onde Rosana foi enterrada, no quintal de sua residência em Guarujá — Foto: G1 Santos
Por último, o ex-companheiro afirmou que matou a mulher acidentalmente, durante uma briga pelo aumento da pensão dos filhos, com o qual ele discordava. O guarda municipal disse que, após o crime, havia colocado o corpo dela em seu veículo e jogado no Rio Itapanhaú. No entanto, quando levado ao local para mostrar aos policiais, confessou que o corpo estava, na verdade, enterrado no quintal de sua própria residência.
Na casa, além do suspeito, mora a atual esposa dele e o filho pequeno do casal, que estão há pelo menos uma semana em outra cidade. Apesar de ele não viver sozinho no local, a Polícia Civil afirma que não há indícios da participação de mais pessoas no crime.
O suspeito afirma que a arma do crime, assim como o celular da vítima, foram jogados em uma estrada. O guarda municipal, que não tem passagem pela polícia, está preso e será indiciado por feminicídio ao término das investigações. A Polícia Civil ainda aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que definirá as causas da morte, e uma perícia realizada no veículo dele. O inquérito está previsto para ser finalizado até semana que vem. A prisão deve ser convertida para provisória ainda nesta terça-feira.
Relembre o caso
O corpo de Rosana foi encontrado em avançado estado de decomposição, enterrado no quintal da residência do guarda civil municipal Anderson Vitor Alves, localizada na Rua Catagua, no bairro Jardim Virgínia. Investigações da Delegacia Especializada Antissequestro chegaram a Anderson após ele apresentar declarações contraditórias sobre o sumiço da mulher.
A auxiliar de limpeza geral desapareceu no último dia 14, após sair de casa para assinar os papéis das férias do serviço. Ela chegou a avisar a mãe que estaria voltando para casa por volta das 19h, mas nunca mais apareceu. Por ser apegada aos dois filhos pequenos, de 3 e 7 anos, amigos e familiares descartaram a hipótese de fuga ou desaparecimento proposital.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/h/8/tltlXQRyKNC9MvqAC4fA/anderson.jpeg)
GCM confessou à polícia que matou Rosana e a enterrou no quintal de sua residência, em Guarujá, SP — Foto: Reprodução/Facebook
GCM confessou à polícia que matou Rosana e a enterrou no quintal de sua residência, em Guarujá, SP — Foto: Reprodução/Facebook
No dia seguinte ao seu desaparecimento, sua irmã recebeu uma ligação de um número desconhecido, de um homem que dizia estar com Rosana. Ao G1, a amiga de infância da vítima, Jeniffer Inacio, que também auxiliava a família com as buscas, afirmou que o homem da ligação disse que a desaparecida voltaria para casa no dia 17. Segundo o homem não identificado, ela teria saído para beber com ele e estaria “desacordada”.
Jeniffer chegou a acusar o homem de estar tentando fazer uma piada ou “ganhando tempo” para alguma atitude. “Eu conheço ela há 16 anos e ela nunca faria isso com os dois filhos”, disse. A família não chegou a conversar com Rosana durante a ligação do homem que supostamente estaria com a desaparecida.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/r/e/BYoOFxQK6Y4MQgFCtwwA/desaparecida2.jpg)
Familiares passaram dias procurando por mulher que desapareceu em Guarujá, SP — Foto: Reprodução/Facebook
Familiares passaram dias procurando por mulher que desapareceu em Guarujá, SP — Foto: Reprodução/Facebook